segunda-feira, 31 de março de 2008

UMA PALAVRA
Carlos Edu Bernardes

estava eu no rio quando uma palavra boiou perto da sombra de uma árvore.
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era uma palavra longínqua e tinha um cheiro de coisa que estava estragada e era viscosa e pesava.
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era uma palavra que pelo jeito nada entendia de bichos porque por onde passava ao seu redor era apenas água que se sujava e pronto.
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de todas as palavras que vi e de todas as pronúncias que pulavam no vilarejo essa palavra eu poderia dizer que era ruim de falar e tinha um semblante ambicioso como se suas letras conspirassem macular o dicionário.
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talvez ela tivesse certeza de que um dia perambularia num rio e se espalharia pelos ares e que não seria entendida por um pequeno e roto pescador e sendo abusada e propagativa faria com que fosse pronunciada em todos os lugares.
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como quem quer nada e como alguém que sempre respeitou as poucas palavras que conhece eu a segurei pelos lados e tentei clarear suas sílabas oleosas de substantivo.
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mas nesse momento com espanto percebi que ela não ficaria limpa e sim contaminaria os panos da minha canoa e os corpos dos meus peixes sadios de natureza.
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sem saber o que fazer vi que ela escapulia de novo pelo rio e logo outras do mesmo álbum de sinônimos vieram acompanhá-la.
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agora de cada cinco palavras ditas nos arredores e nos açudes três são 'poluição' e as outras duas pelo visto e sentido nem multiplicadas por mil acabarão com ela não.

domingo, 30 de março de 2008

14 – A Dama do Metrô.

Ela, que agora tinha um nome, olhou para os nomes mais votados torcendo o nariz.

- Bom aqui está o resultado da votação:


Sabrina, Rebeca, Patrícia, Monique, Lucia Fernanda e Cristina, não tiveram votos nenhum;


Tabata, Ivana, Bernadete e Elo tiveram um voto cada uma;


Geni, Mariana, Ofélia, Sheila, Vanessa e Verônica tiveram dois votos cada uma;

Mirtez, Margô, Madalena, Ludmila e Dama tiveram três votos cada uma;

Constantine teve quatro votos;


Lolita e Bebete cinco votos cada uma;


Carmem teve seis votos;


e a ganhadora foi Malu com oitos votos.


Portanto a partir de hoje meu nome é Malu. Mas aqui para nós, que raio de nome é esse? Malu. A única que eu conheço é a atriz global que, por sinal, não é lá essas coisas, representa sofrivelmente, e contracena com os galãs lindos e famosos que só tem beleza física mais nada. Malu... Quantas vezes repeti para mim mesma: Malu, Malu, Malu, Malu, Malu apenas para me certificar que passarei a ter esse nome. Bem é melhor do que ser chamada constantemente de ela, coisa que me deprimia. Malu que raios de leitores... Desculpe, vocês não tem nada com isso, mas é que esse escritor não sabe dar nome aos seus personagens, isto é, ao seu personagem, porque até o momento ele criou somente eu, a Malu, a Malu bem comportada, a Malu boa moça de família, trabalhadora, a que tem fogo uterino. Realmente, esse escritor é fraco, sofrível, não concordam? Precisou da ajuda de vocês, leitores, para escolher um nome para mim, sua personagem, por enquanto única, e, acho que vou ser a única nessa cabeça podre e pervertida desse escrevinhador de quinta categoria. Tudo bem, não vou me estressar por culpa dele. Já que me criou que dê a mim todos os benefícios que um personagem possa ter. Mas, vamos e venhamos, Malu...


20.10.06
pastorelli

segunda-feira, 24 de março de 2008

sábado, 22 de março de 2008

Costas, de Al-Chaer

costas



nestes grãos de pele
fundem
minhas mãos e meus braços e teus desejos
dissolvo minhas horas
em fogo alto
suor sal e açúcar
temperam o gosto claro



quente



e acre-doce destas cores



para esta receitaeu
me preparei



especiarias árabes
cuidadosamente
reservadas para a ocasião



meus dedos
provam
palavras derretidas



me espera me aceita
em ponto caramelo


AL-Chaer

ANTI SEMITISMO

A palavra “anti-semitismo” tornou-se logo de uso corrente, encontrando um campo amplo para seu emprego, e, amparando-se no culto da ciência, que a tornou muito popular a partir dos últimos vinte anos do século XIX, todos os postulados “científicos” do termo foram avidamente aceitos por determinados segmentos da ideologia nacionalista patriótica.

Marr embasava o termo “anti-semitismo” com uma identidade racial, asseverando que o caráter “inato” dos judeus ou semitas – considerados descendentes de Shem, um dos três filhos de Noah mencionados no livro bíblico da Gênese – era absolutamente oposto ao caráter “nobre e puro” dos arianos (Marr, ao dizer “aria-nos”, tinha em mente os teutões e nórdicos, tais como alemães, austríacos, escandinavos, holandeses, ingleses, franceses etc.). Ele considerava, magnanimamente, que os judeus não podiam deixar de ser o que eram; isto é, homens “inferiores moral e fisicamente”, porque a natureza assim havia predeterminado.

Essa mistura de contra-sensos pseudocientíficos era ministrada pelos raivosos racistas aos ignorantes e apáticos e só fazia divertir ou irritar os eminentes homens de ciência daquela época.

De certa forma, o arianismo começou assim: no ano de 1808, Friedrich von Schlegel, o célebre estudioso do sânscrito (católico casado com a filha de Moisés Mendelssohn, Dorothea), observou, no decurso de suas pesquisas filológicas, certa proximidade entre o persa e o sânscrito, de um lado, e as línguas teutônicas (alemão, sueco, holandês etc.), de outro. A partir dessas observações inteiramente acidentais e de outras realizadas por vários filólogos, elaborou de uma língua ancestral comum, o “ariano”, supostamente falada por um povo chamado “ariano”, que habitava a terra de “Ariana”, uma hipótese para a origem dessas línguas “aparentadas”.

Nem é preciso dizer que o “ariano” era uma língua perdida e esquecida; os próprios “arianos” haviam desaparecido no bojo da história e a terra de “Ariana” era mencionada superficialmente no Zend Avesta, livro das escrituras semíticas do zoroastrianismo persa, escrito por volta do ano de 1000 a.E.C.Nãohá, entretanto, qualquer indicação de onde estaria situada.

Foi nesses hipotéticos arianos, habitantes de um país hipotético chamado Ariana, que falavam uma língua hipotética, o ariano, que os anti-semitas do século XIX, entre os quais estavam professores, jornalistas e demagogos alemães, foram buscar as fontes de sua nobreza ancestral e de seu orgulho de fazer parte de uma “raça superior” da Humanidade. Não resta dúvida que o sentimento nacional, que se seguiu ao triunfo espetacular dos alemães sobre os franceses, na guerra franco-prussiana de 1870, estimulou enormemente o desenvolvimento do princípio “científico” anti-semita do arianismo; fê-lo parecer convincente. Ao mesmo tempo, buscando inspiração na mesma fonte literária – o Zend Avesta – os anti-semitas do século XIX fizeram uma analogia entre o princípio zoroastriano da dualidade e da oposição mortal que se sabe existir entre a deidade da luz (Ormuz) e a idade da treva (Arimã) e a oposição, igualmente mortal, que se supunha existir entre a raça ariana (a “raça superior” alemã) e a raça semítica (a “raça escrava” judia). A conclusão a que chegaram era a seguinte: assim como o deus persa da luz estava empenhado em eterna batalha com o deus das trevas, até que este último fosse derrotado – assim devia a raça ariana encetar um combate mortal contra o judaísmo até destruí-lo.

Quanto à “pureza racial”, reivindicada pelos apologistas “arianos” em favor do povo alemão, o eminente antropólogo francês Pittard fez a seguinte observação, no início do século: “Há tanta diferença entre um pomeraniano da costa do Báltico e um bávaro do maciço do Amer, quanto a que existe entreum cavalo e uma zebra.” (Polskraiser: apud Clemesha1998, 68).

Nos anos intermediários entre a guerra franco-prussiana e a unificação de todos os estados alemães, em 1871, e a tomada do poder por Adolf Hitler, em 1932, havia na Alemanha um número relativamente grande de judeus, que prosperavam, a esse tempo. Sob a orientação oportunística do Príncipe Bismarck, que compreendia a reação e o liberalismo a um só tempo, os judeus conseguiram a emancipação civil e total e, portanto, oportunidades iguais sob o ponto de vista jurídico em qualquer ramo de atividade. Está fora de dúvida que, durante as três décadas finais do século XIX, a grande expansão comercial e industrial da Alemanha deu a muitos judeus uma oportunidade sem par. Muitos enriqueceram e se integraram aos pilares da sociedade, exercendo atividades tais como as de fabricante, negociante, banqueiro, médico, engenheiro, advogado, além de práticas culturais, como a música e a literatura.

Não será necessário insistir em que o elemento de ressentimento permeou o pensamento de muitos anti-semitas com relação a seus compatriotas alemães de origem judaica. Desde quando os Cavaleiros da Cruz, ao final do século XI, se haviam expressado aos gritos de “Hab hab!” (“Dê, dê!”), os inimigos dos judeus em todos os países da Europa, nos séculos que se seguiram, passaram a encobrir sua cupidez pelo dinheiro e pelas posses dos judeus com a unção de um sentimento piedoso. Essa combinação de sentimentos foi, sem dúvida, a centelha que provocou a petição popular assinada por 300.000 cidadãos prussianos, em 1880 – a que se seguiram dois dias de violentos debates no Parlamento – requerendo do Marechal de Ferro (Bismarck) que excluísse os judeus de todas as escolas e universidades e que lhes proibisse ocupar qualquer cargo público. “A mistura do elemento semítico ao elemento germânico de nossa população demonstrou ser um fracasso. Temos que enfrentar agora a perda de nossa superioridade pela ascendência do judaísmo, cuja influência sempre crescente provém de características raciais que a nação alemã não pode e não deve tolerar, a não ser que deseje destruir a si mesma”.


Quão diferente era o tratamento que dera Robespierre, durante a Revolução Francesa, aos propalados defeitos “judaicos” (como se outros povos também não tivessem as mesmas deficiências!). Falando aos delegados da Assembléia Nacional para solicitar que incluíssem os judeus nas provisões humanísticas dos Direitos do Homem, disse ele: “Os defeitos dos judeus provêm do rebaixamento a que vós (cristãos) os haveis submetido. Se elevarmos sua condição, rapidamente farão jus a ela.” (NYISZLI: 1980, 189)

Segundo um dito antigo, “os judeus eram amaldiçoados por fazer e eram amaldiçoados por não fazer”. O reverendo Dr. Stöcker, pregador de Potsdam, favorito do Kaiser, declarou: “Os judeus são, simultaneamente, os pioneiros do capitalismo e do socialismo revolucionário, trabalhando assim pelos dois lados para destruir a atual ordem social e política.” (SARTRE: 1954, 76).

Os anti-semitas alemães, evidenciando sempre forte inclinação nacional para a metafísica, para a obtenção de conclusões “científicas” e para a elaboração de formulações precisas a partir delas, desenvolveram seu ódio aos judeus obedecendo a um sistema científico irrefutável – assim pensavam eles. Observa-se, freqüentemente, que sociedades ou grupos de homens, quando querem fazer parecer aos outros que suas ações são mais corretas e justificadas do que na realidade, tratam de adorná-las com racionalizações altissonantes de natureza intelectual, moral e legal, para assim disfarçar-lhes a má índole. Como observou, porém, o célebre jornalista e filósofo satírico judeu, Max Nordau, (1849-1923), ao comentar acerbamente as proezas “intelectuais” dos anti-semitas: “Os pretextos variam, mas o ódio continua.” (CLEMESHA 1998, 145)

O ódio dos anti-semitas na Alemanha e na Áustria perdurou, mas, a partir dos meados do século XIX, surgiu um pretexto novo, desta vez fornecido por intelectuais e professores – etnólogos, biólogos, psicólogos e historiadores – visando a supressão total (ver a plataforma do Reformista Lutero) e mesmo o extermínio físico dos judeus. Essa inovação foi liderada por dois homens: Conde Joseph Arthur de Gobineau (1816-1882) e Houston Stewart Chamberlain (1885-1927).
Gobineau, diplomata e orientalista francês, que publicou um Ensaio sobre a Desigualdade das Raças Humanas, em quatro volumes (Paris, 1853-1855), tomou como base de sua tese a visão dos judeus (semitas) como “uma raça mista” e que “tudo de grandioso, nobre e frutificador nas obras do homem [...] pertence a uma família (a ariana), cujos diferentes ramos reinam em todos os países civilizados do globo” (GOBINEAU apud CLEMESHA 1998, 93).

O outro mentor intelectual dos anti-semitas alemães, Chamberlain, era genro do compositor Richard Wagner que, por sua vez, havia atacado impiedosamente os judeus no seu ensaio nada musical “O Judaísmo na Música”. Chamberlain foi autor da obra mais agressiva, talvez, já publicada a respeito de judeus, fazendo-a editar sob o título acadêmico e totalmente enganador de Os Fundamentos do Século XIX (1899). A obra mereceu a aprovação entusiástica do Kaiser Guilherme II e dela foram vendidos quase um milhão de exemplares somente em língua alemã. Uma amostra típica do que o livro contém é a seguinte reflexão: “... a raça judaica está completamente abastardada, e sua existência é um crime contra as sagradas leis da vida...” (CHARBERLAIN apud CORREA NETO: 1980, 79)

Por falar em “sagradas leis da vida”, outro inimigo do povo judeu, igualmente influente e devoto, o reverendo Dr. Adolf Stöcker, pregador da corte de Guilherme I e líder do bloco anti-semita do Reichstag, também entrou na arena como defensor da “santidade”. Mas a santidade pela qual lutava era a chamada pureza do sangue alemão. Dizia ele: “... o judaísmo moderno é uma gota de sangue estrangeiro no corpo alemão – e tem poder destrutivo” (NYISZLI: 1980, 49) Foi Stöcker, fundador do Partido Socialista Cristão, em 1878, quem cunhou, naquela ocasião, a legenda que se tornou o grito de guerra dos nazistas contra os judeus, meio século depois: “Deutschland – erwache!” (Alemanha, acorda!). Os socialistas cristãos também adotaram em seu programa político uma plataforma central que exigia uma Alemanha que fosse Judenrein (purificada de judeus).

Curiosamente, nessa preocupação com a pureza racial do povo alemão, Chamberlain e Stöcker, como também os outros líderes intelectuais do movimento anti-semita alemão, cada vez mais florescente – Wilhelm Marr, Hermann Ahlwardt, Heinrich van Treitschke, Conde Wajter Puckler-Muskau e o filósofo Eugen Dühring – tinham idéias “cientificas” análogas à limpeza, à pureza do sangue (que era a obsessão dos racistas espanhóis durante o século XIV).
O problema judaico não era mais da alçada da religião cristã. Os anti-semitas intelectuais, tal como os arruaceiros das cervejarias, opunham-se violentamente à conversão dos judeus ao cristianismo, devido à “mácula” que o “sangue judaico” traria à corrente puríssima de sangue germânico, através dos casamentos mistos.

Do alto de sua elevada eminência, o filósofo Dühring dava ao povo alemão o seguinte conselho genocida, quanto ao trato com os judeus: “não deveriam ficar inibidos por qualquer escrúpulo, e sim usar os mais modernos métodos de desinfecção” (DÜRHRING apud SARTRE 1954, 104). Dessa “filosofia de desinfecção” às câmaras de gás nazistas, onde foram asfixiados seis milhões de judeus em 1940-45, a distância era de poucos passos e de apenas sessenta anos.

quinta-feira, 20 de março de 2008

13 – A Dama do Metrô.

Ela, que ainda não tinha um nome sentia-se feliz. Contente rolava pelo campo. Colhendo o aroma quente e saboroso do antúrio vermelho que caiam do céu. Literalmente chovia antúrios sobre ela, vastos, enormes, de todos os tipos e formas, todos vermelhos. Abraçava pencas e pencas de antúrios cobrindo-a totalmente.

Uma enxurrada fálica satisfazendo seus recolhidos anseios. As espádices batiam em seu rosto, em seus olhos, sua boca, caia nos seios beijando os bicos arrepiados, entre as coxas se espremiam num delicioso aconchego de querer mais.

Ela que ainda não tinha um nome, rolava de um lado para outro, não conseguia abraçar todo antúrio, não conseguia segurar de uma vez só, as espádices que roçavam sua carne nua e provida de sexualidade.

Ao virar o rosto para a esquerda notou um antúrio preto. Assustou-se. Antúrio preto? Existe? Pouco lhe importava se existissem ou não, o certo era que ele estava cutucando seu ombro esquerdo. Uma vez ou outra, avançando chegava quase na garganta.

- Que coisa! – gemeu baixinho.

Mas não se importou. Gostava. Nisso, com uma violência inusitada, o antúrio preto com sua espádice vermelha, deu-lhe uma estocada que a fez se sobressaltar.

Despertou. Cochilava. Olhou para cima e viu o rosto moreno que maliciosamente lhe sorria. Devolveu o sorriso. Notou a mala quase arrebentando o zíper. Aproveitando o solavanco do trem, jogou o corpo mais para a beirada do banco, assim podia sentir a alça da mala com mais veemência em seu ombro.

- Estação Sé, desembarguem pelo lado esquerdo do trem.

Que merda! Precisava descer. Levantou bem devagar levando a mão que roçou o volume do antúrio com sua espádice ereta. Em pé, rosto com rosto, lambeu mentalmente os dentes brancos e perfeitos do moreno, enquanto seus olhos despejam brilhos convidativos para que a seguisse. No entanto, o moreno sussurrou em seu ouvido.

- Quero-a toda nua para mim, me liga. – disse pausadamente enquanto lhe entregava um cartão.

Ela, que ainda não tinha um nome, guardou o cartão, e por sua vez, numa voz sexualmente provocante, respondeu:

- Ligarei sim, pode esperar.

Da plataforma deu tempo ainda de ver o moreno jogar-lhe um beijo que ela, que ainda não tinha um nome, pegar o beijo e com a mão fechada, leva-lo entre as pernas.

19.10.2006
pastorelli

PAZ


Dentro da noite negra

Encoberta pelo nevoeiro

Acima do Deserto

Nas Terras Sagradas

No vazio do inferno

Dois mortos se amaldiçoam

Enquanto na vida manhosa

Dois vivos, fuzis embalados

Se olham, hesitam,

Atiram para cima

Se afastam

Shalom , Salaam!


Iosif




terça-feira, 18 de março de 2008

sábado, 15 de março de 2008

Para o Aníbal Beça

No silêncio as vozes estalam no chão
meus passos preenchem esquinas
de delírio vários.
As feras saem em busca da presa
solidificando vazios solitários.
Ao sabor do vento como folhas
pernas sacodem cheiros aprisionando
feras grilhões de veneno.
Dois sendo um deslizam
na senda do destino
tecendo vidas entre lobos famintos.




O poeta pousa um ponto
E o silêncio se faz
no texto a espera do final.




11.03.08




- poema inspirado no texto EM GUARDA, de Aníbal Beça.




EM GUARDA
Aniba Beça ©




Estala no chão o chicote do silêncio
meus pés desenham esquinas pela noite
vário é o caminho no meu passo vário.




Um escorpião sai da toca
com seu bodoque armado
à procura da presa do minuto.




Ele me dá a certeza
(com seu vertical espanto!)
de que já estamos imunes
- temperados pelo tempo –
às antenas unânimes.




O profeta pousa no vazio
e o poeta prossegue
- fruto cítrico –
costurando gomos no silêncio
tecendo na pausa um resto de ânsia
madurando o crivo no ciso incisivo.

quinta-feira, 13 de março de 2008

12 – A Dama do Metrô.

Ela que ainda não tem nome desceu a escada rolante, e se postou na plataforma vazia, tendo apenas uns gatos pingados aqui e ali, a espera do trem. Sairá de casa bem mais tarde do que era o costume. O rádio relógio não despertara no horário programado. Mesmo assim, saiu com a esperança de alguma aventura acontecer. No ônibus seus olhos de amêndoa cravaram-se num rosto quadrado, queijo proeminente, olhos profundos, melancólicos, perdidos nos pensamentos sabe-se lá o que, cabelos revoltos. No entanto seus olhares não se cruzaram. Ficou na expectativa que fosse pegar o metrô, mas para sua decepção, ele tomou direção contrária.
O relógio pendurado no teto da estação lhe dizia ser nove horas e dois minutos. Paciência, nem sempre posso ter o que eu quero, refletiu, mudando o pé de apoio. Pensou em retirar o livro da bolsa para ler, acabou desistindo. De repente, sem notar, a plataforma foi tomada de usuários apavorados com a demora do metrô.
- Devido à chuva, os trens estão com a velocidade reduzida e com mais tempo de parada, berrou o alto falante da estação.
A temperatura tinha caído, a manhã estava cinzenta, ao longe, as nuvens ameaçavam temporal em algum lugar. Apenas um tímido raio de sol se interpunha entre os prédios. O cenário até que estava bonito, pena que não estava com a câmara, precisava comprar um celular com câmara, porém se resignou, sabia que se fosse destino em ter um celular com câmara, um dia ela teria.
Começou a sentir uma onda de nostalgia saudosa ao lembrar do que acontecera ontem...
18.10.06
pastorelli

quarta-feira, 12 de março de 2008

ESGOTO


em algum lugar essa rua acaba

num beco sem saída

e agora tem grama de cada lado

da rua

e o sol ilumina e os pássaros piam

e a brisa não traz cheiro de fumaça

e a rua encontra outra rua

que atravessa outra mais

e mais duas se cruzam

e agora há paz nessas ruas

mas não faz muito tempo atrás

que os judeus encurralados

no gueto de Varsóvia

ouviam

gritos, berros, vidros quebrar,

viam

sinagogas incendiadas,

lojas arrasadas,

escolas fechadas,

botas alemãs e a cruz gramada

e no labirinto do gueto

os mais valentes em subterrâneos

cochichavam a luz das velas

e planejavam o levante

enquanto o bebê chorava

enquanto balas crivavam as janelas

e alguém da família morria em agonia

e a mãe fala::

“espera mais um pouco meu filho!”

e atingida de morte murmura:

“no céu te encontra!”

túneis cavaram, como ratos viveram

labirinto de vida ao labirinto do esgoto

de Varsóvia

mil lutaram, crianças e velhos,

morreram,

gueto arrasado, poucos ratos escaparam,

o sol se põe, nenhum ruído,

as ruas se calam,

a noite é calma,

uma criança chora, risadas,

tudo silencia,

o esgoto labirinto

por baixo do asfalto

ainda vive.


Iosif




poema - high-way



high-way


alongo
o caminho entre
um tornozelo
e a barra de uma saia

meus olhos
perdem as arestas cansadas
e as últimas quinas

nova estrada
meu olhar é a roda
pego este desejo
invento este rumo

rasgo os mapas
desligo o GPS

não peço informação
por instinto
meu destino
é a partida

vou de dedos
de coxas
de lábios

tempo aberto
bom tempo
tempo de viajar
para dentro
de tua mais nova cidade
descoberta


AL-Chaer

terça-feira, 11 de março de 2008


“Um lugar existe e não é presente, é um passado. Onde o cheiro da cozinha era o aroma doce das memórias do porvir. Onde o mar era tarde de domingo engolindo o sol num horizonte alheio a tudo. E quando a noite chegava, o fio de luz da lua iluminava um reflexo prata na escuridão. Lá longe os carros iam e vinham, luzes urbanas, corações à deriva e o mar, esse sim era a certeza de um lar em meio a tudo.” andrea augusto©angelblue83


Seletor

Quando transformaste
reclamações em reclames

Repetindo-se
a intervalos constantes

Assumi o controle.


Troquei de canal.



Anderson Santos

segunda-feira, 10 de março de 2008

Para Ângela Nassim (Lynn)

Nesta madrugada procuro no som do silêncio
Palavras que traduzam minhas minh´ amarras
O sonho, sei que acabou. Recolhi as garras
Agora nos sulcos das pegadas vivo no suplicio




Como leme onde o meu rouco doloroso grito
Busca no norte, no sul, no centro oeste o teu
Grito que me libertará do amor que me prendeu
Pouco me importo se o teu coração está aflito




Quero a alegria absoluta como companheira
Quero da carne tremula o único e total prazer
Não mais ouvirei o dia inteiro a tua choradeira




Pois da tua boca só saiu pedidos fúteis e banais
Reclamando de tudo e sem nada a me oferecer
Um conselho, cace outro trouxa, não te sirvo mais




- poema inspirado em “Réquiem”, Ângela Nassim (Lynn)




Réquiem



O sonho acabouso
lta minhas amarras
pega o teu leme
parte em busca de teu norte
me liberta



num suporto mais tuas mágoas
tuas dores, teus malesé insistente indigestão
só tristeza e infelicidade
fel tua boca exala



não são dores que quis de ti



dei-te carinho
compreensão, amor
assaltaste-me, tornaste meu senhor
eu, que a ti só dei amor



Réquiem
Descansa em paz
Amém!



Angela Nassim [Lynn]

sábado, 8 de março de 2008

Minha homenagem a nós :)

TODA MULHER

Toda mulher é gueixa.

Toda mulher faz queixa.

Toda mulher se cuida e se desleixa.


Toda mulher, às vezes pêssego,

outras ameixa,

com ou sem madeixas,

procura amor ameno...


Toda mulher se deixa

levar por sereno amor

que traz veneno à alma,

acalma, desarma instinto ferino

acende chamas incandescentes

em coração, outrora,

doente, agora, pleno....


Toda mulher deseja ardor.

Toda mulher almeja calor.

Toda mulher pode ser um furor

na hora da cama.


Toda mulher se toca.

Toda mulher provoca

arrepios em corações vadios.


Toda mulher é Melena.

Toda mulher é Helena.

Toda mulher sente e provoca pena.


Toda mulher, um eterno dilema.

Toda mulher, um problema.

Toda mulher tem uma antena

que sintoniza quereres.

Toda mulher tem poderes.


Toda mulher sabe o que quer

e o que não quer

daquele que escolhe para tema

de um poema qualquer,

numa noite qualquer,

perdido em sua mente plena.


Frô 01/05/99 11:59 P.M.

PS. Aqui, uma outra homenagem, mais reflexiva

quinta-feira, 6 de março de 2008

poema - 1 gesto altruista e a oportunidade de contar 1 história da Escritas.

Uma historinha, pra começar... 1999. Líamos, comentávamos, poetávamos, na Lista Escritas. Aprendíamos, uns com os outros. Eu era uma aprendiz bem comportada, muitas vezes insegura se a minha escrita era mesmo um poema. Sempre contando uma ou outra coisa, comentei sobre a `mãe de arame', uma experiência citada na faculdade de psicologia: "a quem se dirigiriam bebês colocados frente a: uma escultura de arame à semelhança de uma mulher, com roupas femininas; uma macaca. À macaca. Explicação dos pesquisadores: o calor, a vida." Isso deu `panos pra manga'. Metáforas, muitas, muitas. Não sei se os aqui estão dos que estavam na época se lembram da dobradinha que eu eu a Frô (Maria Oliveira) fizemos, depois dessa muita discussão. Bem, a FRô fez um poema sobre a mãe de arame. Um belo poema que falava de uma mulher ocupada demais para dar calor ao filho. Eu fiz um em resposta. Filho da mãe de arame, colado abaixo. E depois de tanta paulada na `mãe de arame', fiz um sobre ela, que nunca divulguei. (Catita) Agora, quase dez anos depois, a Ana me pediu um poema, para fazer um em resposta. Lembrei do CATITA, inédito, e o cedi a ela. VEIO, NESTE BELO POEMA DA ANA, O MEU VERSO COMO EPÍGRAFE, O QUE ME DEIXA HONRADA E AGRADECIDA, DUPLAMENTE, POR TRAZER TAMBÉM, EM SI - ESSE SEU GESTO ALTRUÍSTA -, A PORTUNIDADE DE SER CONTADA AQUI UMA HISTÓRIA DOS PRIMÓRDIOS DA ESCRITAS. Beijos, muitos, ana querida, gratos e comovidos. Parabéns pelo POEMA.
sonia
FILHO DE MÃE DE ARAME
Sonia Regina

Sou bonito sou querido
vivo a repetir sem parar
Tão pequeno e esquisito
nesse jeito de te amar
cada vez que ne arranhas
sonho que são as minhas manhas
que voltam a te incomodar
vejo o mundo com doçura
esperando a ternura
que em ti não tem lugar
quando jogo tudo que tenho
passo fase sem piedade
invento forte veneno
o que quero é tua lambida
tua risada gargalhada
na ferida esgarçada
pelo arame imprensada
no meu peito tão pequeno
teu sorriso já não quero
já não peço
hoje espero
acredito ser sincero
ao dizer ainda te amo
vã loucura a fantasia
de querer-te assim querendo
adorar a água fria
com que banhas os meus sonhos
quando grande eu for mirar
o que passou - e vai passar
fecho portas do pensar
em poder te criticar
Afinal se tu erraste
em algo tu acertaste
soubeste negar-me com arte
e deixar a melhor parte
para mim aqui perdido
por enquanto
introvertido
mas já bem decidido
a transformar esse desastre
em um filme, um baluarte
uma história, um belo livro
onde com a melhor arte
- aí vem a melhor parte-
serei bem sucedido
com o amor que me negaste
CATITA
Sonia Regina
30/9/99
Que arame, que reclame
sai da linha, vive a vida
essa brisa que te alisa
logo vira ventania
nem a lista ou ternura
te afastam a lida dura
esse é o fato, a vida dupla
ou então
a vida tripla.
E assim tão parecidas
a mãe, a filha... a catita
ó Senhora Aparecida
não tão santa...
nem tão puta.

11 – A Dama do Metrô.

Impaciente esperava. Tinha que esperar, impusera a si mesma que enquanto não tivesse um nome não se mexeria. Que escolhessem um nome decente, pois não podia viver sem nome, sem uma identidade. Estava cansada de ser tratada como ela, apesar de que, Ela foi uma excelente cantora jazzística. Mas ela não tem voz, não tem o charme das grandes damas do jazz. Não queria ser apontada, principalmente pelos homens como simplesmente: ela. Precisava de um nome, por isso esperava.

Sabia que vários nomes foram cogitados, talvez mais de dez, portanto teria que conter sua impaciência e esperar. Com isso perdia muitas aventuras que poderia estar neste momento usufruindo. Quem esperou até agora, pode esperar mais um pouco, não é o que diz o ditado? Ser apontada como uma ninguém, uma sem nome. Vê se pode isso! Será que esse escritor tolo pode assim, sem mais e nem menos, tomar posse de uma pessoa, colocar ela numa determinada situação, fazer o que bem entendesse com ela e, não lhe dar um nome? Não, claro que não. Tudo bem, ele até pode usufruir os meus movimentos, meus sentimentos, criar a situação que quiser, colocar-me onde for, o que não pode é deixar-me sem nome. Que droga de escritor que pensa que é?

Olhou as horas. Decidiu que não falaria mais nada. Como estava de licença por mais uma semana, resolveu tomar um bom banho, pegar um filme na locadora, estourar uma panela de pipoca, e confortavelmente assistir o filme. Não perderia seu bom humor por causa desse frívolo escritor. Ele que fosse a mer...

17.10.06
pastorelli

Canção pra Mulher - Douglas Mondo

O Canto da tua voz é como doce mel
ao acalentar a tristeza de teu reento,
como lindo afago nos anjos do céu.

No campo desabrocha o suave lírio
quando tuas mãos tocam o vento
e no etéreo emolduras mosaico delírio.

Cai em suave graça a última pétala,
ao brilhar olhos de verde esmeralda,
no silêncio de ver mulher tão bela.

És mulher tão linda e pura, ao receber
o sorriso da manhã com terna sabedoria,
e fazer da vida, versos lindos de poesia.

MULHER - DOUGLAS MONDO

Da mulher nasce o homem

Do homem nasce a mulher

Brancos como o dia

Negros como a noite

Não há dia sem noite

Não há noite sem dia

quarta-feira, 5 de março de 2008

Saudades... saudades... saudades

Putas


Há putas para todos os formatos,
Há uma puta para cada serventia,
Há putas caras, putas sem sapatos
E eu, que sou a puta da poesia.

Faço comércio de emoções baratas
Em versos bem rimados e escandidos,
Abro meu sexo em rimas não cognatas,
Quadris por decassílabos movidos,
Ponho por preço aprovação abstrata,
Aplaudam!, mesmo quando imerecido.

Há putas prenhas, putas menstruadas,
Putas casadas fazem sexo com o marido,
Algumas castas, outras afetadas:
Eu sou a puta do meu coração ferido.

Patrícia Clemente


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Nos meios em que a vida mercadeja
bem mais vale o produto que for raro
e bom, este não posta-se em bandejas
pois não tem preço o bem que nos for caro.
No mesmo grau é tolo e vil, o ignaro
que por vantagens troca o seu afeto,
que ao companheiro antigo faz reparos,
que ao criticar não sabe ser discreto.
Quem desleal pretende-se correto,
com qual direito chora por abrigo?
Quem ousa receber no próprio teto
quem foi buscar razão contra um amigo?

Nem por um mundo troco a amizade:
sou mais amigo de Platão que da verdade.

Marco Aurélio Pais





Gari


Para Andréa Augusto (Angel Blue)

Desarrumei o cenário do desejo alimentando o corpo a ilusão.
Deixei escorrer o amor entre os dedos na concreta vida.
Emoldurarei os passos indecisos numa procura desiludida.
Esfolei nas paredes da carne o sexo dolorido sem paixão.



E afundei dia-a-dia no copo o vicio tolamente obsessivo.
Não te encontrar cavou a tristeza no brilho cinza das manhãs.
Morri aos poucos nos cantos e vãos da alma em tentativas vãs
No chão as ilusões marcaram meu desígnio de tolo emotivo



Desgastado feito um tapete surrado no meio da grande sala
Cultivo o sentimento alinhavado como desgastante lenitivo
Postei-me à janela colhendo da sombria noite a noturna fala



Saudade vem me buscar no parapeito do tempo corrosivo
Leva-me ao finito contorno onde possa me esquecer dela
E descansar no profundo abismo que me puxa compulsivo



pastorelli
28.02.2008



- poema inspirado em “c e n á r i o”, de andréa augusto (angel blue)



desarrumei a casa
e deixei escorrer
nossas sombras
pelas paredes cansadas
todo dia, pontual
a tristeza passa
entre cantos e vãos
pelo chão, ilusões exaustas
tapetes desgastados
plenos de sentimentos remendados
pela janela, o cenário é abismo
saudades sem dono
no parapeito do tempo

terça-feira, 4 de março de 2008

DE COMO DEIXEI A BEBIDA

não bebo mais, mas quando bebia

no bar que eu ia

ninguém me conhecia,

ninguém pra perguntar como eu ia, escolhia um escondido

escuro e perdido,

sem espelhos pra me ver,

sem relógio pra me vigiar,

catedral pra rezar como eu queria,

beber meu gim e não pensar

numa dessas tardes gris

um garçom nunca ali visto,

cara de guardanapo farrapo

demoliu o silencio, gesticulou alto

“ela pediu pra lhe falar”

um gole de gim amargo,

“que venga la puta!”

sombra esbelta sentou ao meu lado

“ vai pagar seus pecados”

voz suave, sotaque melado,

pedi outro gim com gelo picado,

não estava afim de papo chinfrim,

“roubou meu pudor, me abandou na dor”

engoli um pedaço de gim,

“você fala de amor pra quem já morreu,

agora despejo o prazer no esgoto,

o mar subiu pelo vaso, levou meu caralho”

cuspi o gelo de volta pro copo,

a sombra aproximou o rosto,

“me fez largar o amor pago,

me abandou um trapo ”

acendi um cigarro,

“deixa de sacanagem, você pulou a janela,

fui ao seu enterro e rezei com mais ardor

que na foda do nosso primeiro amor”

a mãopassou pela minha barba branca,

“te vi machão e bonitão,

morta e gelada no caixão

gozei de tanto tesão”

o garçom nunca ali visto,

cara de guardanapo farrapo

aproximou – se :”sim senhor?”

“minha conta, o da moça eu pago”

“que moça, senhor?”

caminhei na noite escura

ao encontro da minha cama

desfeita e abandonada,

sem saudade do meu passado safado,

minha putaria foi demais,

beber nunca mais.

I.L

segunda-feira, 3 de março de 2008

poema - amor de padaria



amor de padaria


sonho

bom-bocado

beijinho

suspiro


coxinha

pé-de-moleque

mané pelado

baguete

massa folhada

doce de leite

baba de moça


casadinho


café com leite
pão com manteiga

café com leite
pão com manteiga

café com leite
pão com manteiga

café com leite
pão com manteiga

café com leite
pão com manteiga

café com leite
pão com manteiga

rosquinha

café com leite
pão com manteiga
e rosquinha


AL-Chaer

10 - A Dama do metrô.

Não sei se devo fazer essa pesquisa, mas... É o seguinte...

A Dama do Metrô, como já me disseram, está ganhando vida própria, portanto ela sabendo disso, está me atormentando para que lhe dê um nome. E concordo com ela. Uma personagem, seja ela qual for, tem que ter um nome. Já pensei em vários mas nenhum me convenceu. Melhor dizendo, nenhum se identificou com a personagem. Assim sendo, recorro a você, caro leitor atento dos meus escritos. E pergunto:

- Qual o nome que devo dar a essa personagem libidinosa, até um pouco inescrupulosa, que procura apenas aplacar o seu fogo uterino, chegando às vezes se comparar com as prostitutas que vende o corpo para se alimentarem. Ela disse uma vez:

- Não sou prostituta, sou apreciadora do bom sexo, do que é belo entre duas pessoas, principalmente se essas duas pessoas forem um homem e uma mulher. Portanto acho que devo ter um nome.

Bem, depois dessa prerrogativa, você leitor, deve concordar comigo, ela merece um nome, não acha?

Então, vou fazer o seguinte: você leitor, indica um nome e, o nome mais indicado, será o nome da nossa personagem, o que acha?


16.10.06 pastorelli

domingo, 2 de março de 2008

Branco



A arte visual de Joaquim Branco que eu adoro!

Uma boa semana a todos
Taís

Noite dos Mascarados




Twolips