quarta-feira, 13 de maio de 2009

58 – A Dama do Metrô.


Ela entrou no toalete. Quinze minutos depois saiu uma outra mulher, completamente diferente. A que entrou trajava uma roupa sofisticada, saia preta, uma blusa branca quase transparente, com brincos enormes, um penteado chique, sapato de salto alto; e a que saiu, foi uma mulher vestindo preto dos pés a cabeça, calça justa delineando os contornos, blusa exígua mais mostrando do que cobrindo, não usava brincos, mas pearcings nas duas orelhas e nariz, e em vez de bolsa, trazia na mão uma coleira e um chicote, os olhos pintados bem escuros, batom de um roxo tétrico e os sapatos chamados de plataforma, o que a deixava maior do que já era. Sentou ao lado de Malu

- Um momento. A senha.
- A senha?
- É a senha.
- Pô, que mancada, o Ronildo não me falou de senha nenhuma.
- Ronildo?
- Sim.
- Espere um pouco.
Enquanto esperava, o leão de chácara folheou uma prancheta virando várias folhas.
- Está certo, pode entrar.
- Obrigada.
Assim que seus olhos caíram dentro daquele ambiente meio sombrio, com uma luz opaca, piscaram varias vezes até acostumarem. Procurou uma mesa que ficasse meio longe da pista, mas que pudesse visualizar todo o movimento. Já fazia mais de quinze minutos que estava ali, quando a jovem superproduzida parecendo formando em seu primeiro baile, entrou no toalete e, quinze minutos depois saiu parecendo mais dark do que o próprio Zé do Caixão. Nesse momento percebeu o movimento agitado de vai e vem dos mais variados personagens.
05.02.07
pastorelli