sexta-feira, 11 de julho de 2008

sem título

nem só de luares um bardo precisa.
às vezes de cantos sofreres e odores
carece e de sonhos e vagos amores
da saga mundana que a dor finaliza!
de acasos e brisas também que o ofício
costura silêncios num plano irreal
os vãos do poeta dormitam no vício
e seus desenganos o elevam ao Céu!
açoites e risos misturam se o verso
vazio se torna, distante ou banal:
a cruz alimenta seu rio e empresta
saber aos dizeres do velho ancestral:
“além dos quereres humanos a força
senhora do mundo se assenta no caos!”.

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