domingo, 7 de setembro de 2008

34 – A Dama do Metrô

Sentir a pulsação forte da vida empurrando-a ao desvario do prazer. Seu instinto a conduzia sempre, confiava nele como o gato confiava na comida que comia. E nesse instante seu instinto lhe dizia que não relaxasse na procura, que um dia, sem que ao menos esperasse cruzaria de novo com Luciano.
Empurrada pelo povo, se postou no corredor ao lado de um senhor de idade e de uma moça mascando chiclete. Observava a fragilidade da vida naqueles dois, naquelas duas pessoas, a diferença de gerações. Quem poderia imaginar quem um dia uma mulher se portaria como aquela moça? Metade do cabelo raspado, pintado de várias cores, roupas toda preta, com uma blusa parecendo teia de aranha cobrindo seu colo formoso onde se podia imaginar seios cheios de prazer, saia bem curta, meias pretas rendadas cobriam suas pernas, o calçado de salto plataforma deixando-a mais alta, seu rosto pintado com cores fortes de tonalidades preta fazia com que a olhassem com estranheza, o que nada a preocupava.

Em outras épocas seria execrada pela sociedade, mas hoje... Já o senhor, com seus sessenta anos talvez, trajando calça de brim cinza, camisa de mangas curtas, denotava o radicalismo dos costumes antigos, sapato lustroso, discreto compunha o contraste de gerações. Nada nele parecia ser além do seu gosto ou de como fora conduzido durante todos os seus anos de vida, a se vestir, dentro do padrão da sua época.
13.12.06
pastorelli

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