quarta-feira, 2 de setembro de 2009
63 – A Dama do Metrô.
Malu desligou o telefone. Estava chateada. Encolheu-se dentro do mal estar que sentia. Colocou a mão entre as pernas nuas raspando nas fibras da calcinha e deitou a cabeça no braço da poltrona. Procurou se recolher na exaustão ocorrida nos últimos dias. Olhou para o teto da sala, fixou o olhar num ponto, começou a contar lentamente ao compasso da respiração. Queria relaxar totalmente, ficar solta, livre de qualquer empecilho. Fechou os olhos e conduziu os pensamentos em sua atitude.
Eram válidas? Sim, eram, e porque não? Válidas porque satisfazia seu ego sexual ao mesmo tempo em que a deixava aberta a novos conceitos e aventuras. Mas tal atitude a engrandecia? Sim e não. Em certos momentos sim, e outros não. Como o caso Ronildo. Tudo bem, que ela seja liberal a ponto de aceitar experiências que nunca pensara aceitar. Contudo, Ronildo foi deselegante por não satisfazê-la como queria. No entanto não percebia que, querendo intensamente a satisfação própria, nunca conseguiria ser completamente satisfeita. Tinha que, primeiramente, se regalar com os pequenos detalhes que lhe eram sorvidos, como conta gotas, do que ingerir de uma vez. Satisfazendo é que seria satisfeita.
Talvez Ronildo ainda pudesse conceber-lhe em seu interior alguma valia! Talvez, pensou ao sentir a quentura da sua mão bolinando suas coxas. No afago da tarde morna, por causa da chuva, a trepidação pulsando sua carne, levo-a para mundos imagináveis a ponto de rasgar a lucidez. Num suspiro louco, afrouxou a carne sobre os ossos, se entregando ao prazer dos seus dedos malignamente prazerosos.
Instante depois soltou um aí profundo, manchada de suor que a deixou languidamente esbaforida e satisfeita, com as pernas abertas, e um sorriso confortador nos lábios.
Logo em seguida adormeceu satisfeita sem pensar em mais nada.
12.07.07
pastorelli
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