domingo, 11 de outubro de 2009

65 – A Dama do Metrô




- Bem o que eu tenho... Você já conseguiu neste momento – pensou olhando para o teto enquanto fumava o seu cigarro.
Deitado ao lado dela, nu, todo satisfeito, o rapaz dormia um sono tranqüilo abraçado a ela. Malu pensou que apesar da idade do rapaz, fosse ele afoito, como se fosse pela primeira vez ao pote beber água, mas se surpreendeu pela tranqüilidade dos movimentos surpreendentemente carinhosos.
- O meu nome...
- Não, não diga o seu nome, não vamos estragar nosso prazer, pois não sabendo o teu nome não corremos perigo de estarmos transando com um conhecido, entende?
- Não, não entendo.
- Bom deixa pra lá, pois essa minha teoria está furada, pois você já sabe o meu nome.
- Sim, mas ele pode ser falso, nome de guerra.
- O meu se manca, quem tem nome de guerra é prostituta, eu não sou prostituta.
- Tudo bem, não se grile, vem aqui sentir meus beijos ansiosos para conhecer esse teu corpo formoso e gostoso.
E a envolve-a num longo e quente abraço. Um cansaço dominou sua mente. Sentia-se velha, precisava parar com as aventuras inconseqüentes, dar um tempo ao tempo. Levantou-se, no banheiro se lavou, trocou de roupa. O rapaz ainda dormia despreocupado.
- O amoreco, levante, vamos.
- O que foi?
- Levante, saia, vá embora, preciso trabalhar.
Lentamente, o rapaz catou as roupas e entrou no banheiro. Ouviu o barulho do chuveiro e uma voz forte cantando alegremente.
- Gente jovem está sempre contente – falou para o seu reflexo no espelho.
Minutos depois, o rapaz todo refrescado sai do banheiro.
- E aí, gostosa, nos veremos novamente?
- Que gostosa que nada, vá embora, se eu sentir saudades de você sei aonde procurá-lo, agora vai embora, por favor.
Empurrou o rapaz para fora do apartamento. Fechou a porta e se jogou no sofá. Acendeu outro cigarro, jogou a cabeça para trás, fechou os olhos e desejou ficar imóvel para o resto da sua vida.

15.02.07
pastorelli

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