Qualquer semelhança com a realidade, com séries de TV ou com ficha arquivada da "Lerdas & Lerdas Associadas"... É mera coincidência.
O dia amanhecendo.
O sol surgindo no horizonte.
Em sua incursão diária pelo convés na prática de seus exercícios, Don Rato percebe a presença da Milady Ratinha, que chega para apreciar em todos os sentidos (e ser também apreciada, diga-se de passagem) esta bela manhã que se inicia.
No leme o timoneiro sonado, adormece sem perceber que desviou ligeiramente a rota do navio.
Don Rato, num rasgo de inspiração poética, sobre ao topo do mastro, quase deixando cair nesta façanha, os óculos que sustenta no nariz.
Não se dando por vencido, um olho no horizonte, outro na Milady, e engolindo a custo seu pavor das alturas, recita com voz trêmula, quase inaudível ... "Do alto deste mastro, mil sóis nascidos vos contemplam"...
Milady, que nutre em segredo uma paixão pelo poeta, fazendo—se de desentendida, estica—se languidamente e assume uma pose sedutora para receber os primeiros raios solares.
O navio meio que a deriva, pretende colidir contra um banco de areia.
Aparece então em cena a madame Ratazana que astuta num simples relance e olhos apreende e entende toda a cena.
E antes mesmo da fatal colisão berra desesperada:
— Agh!..ugh!...madeiiiraaaaaaaaaaaa!...
Don Rato, pego de surpresa, escorrega e estatela—se esbugalhado em cima do corderio, no convés.
— Straaashhhhboooommmburghfffftttttttttttt
O timoneiro apavorado, acorda e vê que nada mais poderá fazer. O navio, abalroado, vai mesmo afundar.
Numa rapidez fantástica, acolchoa—se com uma bóia, lança mão do barquinho salva—vidas e berra ainda, antes de zarpar navio a fora e tocar a sirene.
— Homeeemmmmm ao maaaarrrrrrr...
Alvoroço total. Homens e ratos correndo a abandonar o navio.
Os nossos personagens, um tanto quanto mais lentamente que os outros.
Don Raton tentando manter a pose poética ainda esganiça :
— Do meio destas cordas...
A Milady, dando gritinhos frenéticos, agarra-se ao rabo de um gordo e seboso rato velho que vai passando e deixa—se arrastar convés afora.
Dona Ratazana, na sua praticidade :
— Cala boca ó infeliz!... Que do fundo deste buraco lá se vão todos os queijos deste navio...
Ato continuo, lança mão na goela do marido abestalhado e num mergulho certeiro aterriza numa tábua que vai passando...
Asta — jan/98
O dia amanhecendo.
O sol surgindo no horizonte.
Em sua incursão diária pelo convés na prática de seus exercícios, Don Rato percebe a presença da Milady Ratinha, que chega para apreciar em todos os sentidos (e ser também apreciada, diga-se de passagem) esta bela manhã que se inicia.
No leme o timoneiro sonado, adormece sem perceber que desviou ligeiramente a rota do navio.
Don Rato, num rasgo de inspiração poética, sobre ao topo do mastro, quase deixando cair nesta façanha, os óculos que sustenta no nariz.
Não se dando por vencido, um olho no horizonte, outro na Milady, e engolindo a custo seu pavor das alturas, recita com voz trêmula, quase inaudível ... "Do alto deste mastro, mil sóis nascidos vos contemplam"...
Milady, que nutre em segredo uma paixão pelo poeta, fazendo—se de desentendida, estica—se languidamente e assume uma pose sedutora para receber os primeiros raios solares.
O navio meio que a deriva, pretende colidir contra um banco de areia.
Aparece então em cena a madame Ratazana que astuta num simples relance e olhos apreende e entende toda a cena.
E antes mesmo da fatal colisão berra desesperada:
— Agh!..ugh!...madeiiiraaaaaaaaaaaa!...
Don Rato, pego de surpresa, escorrega e estatela—se esbugalhado em cima do corderio, no convés.
— Straaashhhhboooommmburghfffftttttttttttt
O timoneiro apavorado, acorda e vê que nada mais poderá fazer. O navio, abalroado, vai mesmo afundar.
Numa rapidez fantástica, acolchoa—se com uma bóia, lança mão do barquinho salva—vidas e berra ainda, antes de zarpar navio a fora e tocar a sirene.
— Homeeemmmmm ao maaaarrrrrrr...
Alvoroço total. Homens e ratos correndo a abandonar o navio.
Os nossos personagens, um tanto quanto mais lentamente que os outros.
Don Raton tentando manter a pose poética ainda esganiça :
— Do meio destas cordas...
A Milady, dando gritinhos frenéticos, agarra-se ao rabo de um gordo e seboso rato velho que vai passando e deixa—se arrastar convés afora.
Dona Ratazana, na sua praticidade :
— Cala boca ó infeliz!... Que do fundo deste buraco lá se vão todos os queijos deste navio...
Ato continuo, lança mão na goela do marido abestalhado e num mergulho certeiro aterriza numa tábua que vai passando...
Asta — jan/98
5 comentários:
Olá, Asta! Que saudades! Suas e das suas crónicas.
Beijo grande
Sol
Viva, Asta, conseguiste, ufa, que bom!
Oi Asta! Quem não tem saudades de Vc? Nunca mais esquecerei aquela horinha consigo em Guarulhos, em que esperava o avião para aqui nem o seu o lindo rosto eslavo. E o tempo cibernáutico da listas. Guardo-a no coração, ao lado deste conto seu. Um beijo especial para Vc.
"Podem ir armando o coreto e preparando aquele feijão preto, eu tô voltando!"
Caraca, Astita!
Depois de te ver, agora é q eu tenho mesmo que voltar - e rápido!
Saudades!
Asta, você sabia que tem gente que ganha flor amarela aqui no blog e nem responde? tsc tsc tsc. Os ares de Brasília devem estar mesmo amnésicos.
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