No silêncio as vozes estalam no chão
meus passos preenchem esquinas
de delírio vários.
As feras saem em busca da presa
solidificando vazios solitários.
Ao sabor do vento como folhas
pernas sacodem cheiros aprisionando
feras grilhões de veneno.
Dois sendo um deslizam
na senda do destino
tecendo vidas entre lobos famintos.
O poeta pousa um ponto
E o silêncio se faz
no texto a espera do final.
11.03.08
- poema inspirado no texto EM GUARDA, de Aníbal Beça.
EM GUARDA
Aniba Beça ©
Estala no chão o chicote do silêncio
meus pés desenham esquinas pela noite
vário é o caminho no meu passo vário.
Um escorpião sai da toca
com seu bodoque armado
à procura da presa do minuto.
Ele me dá a certeza
(com seu vertical espanto!)
de que já estamos imunes
- temperados pelo tempo –
às antenas unânimes.
O profeta pousa no vazio
e o poeta prossegue
- fruto cítrico –
costurando gomos no silêncio
tecendo na pausa um resto de ânsia
madurando o crivo no ciso incisivo.
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