quinta-feira, 13 de março de 2008

12 – A Dama do Metrô.

Ela que ainda não tem nome desceu a escada rolante, e se postou na plataforma vazia, tendo apenas uns gatos pingados aqui e ali, a espera do trem. Sairá de casa bem mais tarde do que era o costume. O rádio relógio não despertara no horário programado. Mesmo assim, saiu com a esperança de alguma aventura acontecer. No ônibus seus olhos de amêndoa cravaram-se num rosto quadrado, queijo proeminente, olhos profundos, melancólicos, perdidos nos pensamentos sabe-se lá o que, cabelos revoltos. No entanto seus olhares não se cruzaram. Ficou na expectativa que fosse pegar o metrô, mas para sua decepção, ele tomou direção contrária.
O relógio pendurado no teto da estação lhe dizia ser nove horas e dois minutos. Paciência, nem sempre posso ter o que eu quero, refletiu, mudando o pé de apoio. Pensou em retirar o livro da bolsa para ler, acabou desistindo. De repente, sem notar, a plataforma foi tomada de usuários apavorados com a demora do metrô.
- Devido à chuva, os trens estão com a velocidade reduzida e com mais tempo de parada, berrou o alto falante da estação.
A temperatura tinha caído, a manhã estava cinzenta, ao longe, as nuvens ameaçavam temporal em algum lugar. Apenas um tímido raio de sol se interpunha entre os prédios. O cenário até que estava bonito, pena que não estava com a câmara, precisava comprar um celular com câmara, porém se resignou, sabia que se fosse destino em ter um celular com câmara, um dia ela teria.
Começou a sentir uma onda de nostalgia saudosa ao lembrar do que acontecera ontem...
18.10.06
pastorelli

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