gaiola de aflitos
maurício rosa
ficaram presos na mente
fincados como espinhos
na retina dos passantes...
vários já nem me lembro
dormiam ali guardados
pelos mourões de cimento
e pela manhã procuravam
feno como fosse mito
- encurralados detentos -
crianças os ajuntavam
e homens maus, dividiam...
vidas sem vida que instavam
forças na forma de gritos!
aquele foi o restante
de tantos vistos anteontem
ruminando as pradarias...
chifres tão bem inseridos
olhos colados no intento
gesto pausado... contrito!
---------- ô boi!!! ---------------
e o caminhão rompe a estrada
com a gaiola de aflitos!
segunda-feira, 19 de maio de 2008
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3 comentários:
Sinto neste poema um sabor de Guimarães Rosa, um sabor das coisas de Minas, das quais já sinto saudades.
Abração, Maurício.
Fred
Grande Maurício !
Bom vê-lo por aqui.
um abraço
Adair
Eu senti o mesmo que o Fred. Não direi de Minas, que não conheço, mas digo Guimarães Rosa. E uma genuinidade. Óptimo poder voltar a lê-lo, Maurício!
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