moenda
© mauricio rosa
feito de ocasos vadios o nobre bardo se vê
amontoando nos cantos versos paridos a sós,
buquês de angústia vestidos, coloridos caracóis
juntados num mar de sonhos e ofertados à foz!
que guarda essa alma infante além da dicotomia?
suores de outros tempos? a noite roendo o dia?
o barulho atroz do tédio? o coito da maresia
que náusea causa ao cérebro na forma de poesia?
que causa mais caberia nas coisas que o poeta
em transe enfim confessa qu’inda ontem existia?
que gesto divino encerra essa imensidão tão fria?
que razão ampara a morte? e a sorte? e o vão da Cria?
que olho vesgo o espreita quando acorda e se depara
com esse mundo vazio que se esconde atrás de nós?
segunda-feira, 26 de maio de 2008
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