Julgo que aceita o fim a prazo,
essa manhã deserta de vestígios
que a neblina apagou, deixando o sol
ao casario branco da cidade.
Não se pode temer o tempo, disse-lhe,
e fui pensando
que o tempo não se afronta por renúncia
nem com os sucessivos fins de tarde
quando, por entre as folhas,
deixamos breves pistas nos passeios.
O coração cavalga
os ventos luminosos e devora
os anos à procura da alegria,
até que na manhã deserta
ninguém apure ao certo se vencemos,
se fomos derrotados
ou se deixámos na água lisa o verso:
rebentei o meu louco coração.
Manuel Rodrigues, © nd
sexta-feira, 23 de maio de 2008
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7 comentários:
Formidável, prazer em revê-lo Manuel, parabéns poeta, muito bom, abraço. Osvaldo
Pois arrebente mais vezes esse louco coração para nossa alegria genuína de vê-lo por aqui.
obrigada, viu!
beijo imenso
Frô
Manuel, meu amigo, ler-te é bom, aclara minhas idéias, revigora em mim o prazer pelo belo! falar mais não... sentir.
um abraço
mauricio
Tenho-o lido aqui,Osvaldo, calado, mas lido, como então o lia sempre noutros lados por onde andámos juntos e com o mesmo gosto. Um grande abraço para si.
Maria Frô, Frozinha como sempre a chamei e desde tantos anos até aqui a vinha lembrando, um beijo também para si, imenso como o seu, com os oito mil quilómetros que nos separam.
Maurício, que andou perdido tanto tempo, não deixe agora que percamos os seus poemas. Sabe como gosto deles, desde que o li pela primeira vez, julgo que há uma década, já lá vai um décimo de século, digo assim porque parece mais tempo ainda.
Muito, muito bom, tê-lo por aqui e Maurício e essa semana também Anderson e Lau que andavam sumidos.
Manuel vc me chamava também de Froditezinha, risos e foi o Frô, o apelido que ficou a tal ponto que hoje já está incorporado ao nome na rede e fora dele :)
beijos imensos
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