quarta-feira, 25 de junho de 2008

ciclo
mauricio rosa

há tempos revolvo meu desassossego
em busca do nada que tanto exaspera,
meço caos e dúvidas, palpo devaneios,
rumino o vazio da minha existência
a caça do nexo que molda meu ser...
há tempos me pego pajeando as noites
cofiando as dores tentando encontrar
nos escombros partes do mosaico o fio
que une as distâncias do meu caminhar:
esse hiato ambíguo sem viço nem par!
há tempos me cato pelos descaminhos
disseco silêncios contemplando o luar
e desiludido torno à mesma estrada
que ontem me trouxe onde estou e estás.

Um comentário:

poetas_lusófonos disse...

Todas as vezes que leio um poema deste nipe fico pensando o que destacar nele.
Não há, pois as imagens, os sons, os sentimentos é um todo e cada parte, tudo nele te invade.
belíssimo meu amigo querido,
belíssimo
beijos
Frô