quarta-feira, 13 de agosto de 2008

32- A Dama do Metrô


Não tinha meios de rever o loiro. Pensou onde e quando cruzara com ele. Duas vezes fora no metrô, e a outra vez fora ao procurar o psiquiatra, Dr. Valdo Pastore. Isso mesmo, o porteiro até lhe disse que o loiro era filho do psiquiatra. Ah! precisava marcar uma consulta com o médico.
Claro que precisava.
Enquanto isso, rebobinou a fita mental e chegou à conclusão da hora, não exata, mas um cálculo aproximado das vezes que cruzara com o loiro no metrô. Qual o nome dele mesmo? Não conseguia lembrar. Ah! já sei, berrou contente. Luciano... Luciano, repetiu várias vezes para não esquecer mais. Assim decidido, assim feito. A partir do dia seguinte, começou a pegar o metrô todos os dias no mesmo horário. Porém, estando na plataforma uma dúvida sombreou sua audácia. Qual carro? É qual carro fora? O primeiro, o segundo, o terceiro ou o último. Mais uma vez retrocedeu a fita mental e chegou à conclusão: fora no terceiro carro. Assim decidido, assim feito.
Já fazia quase três semanas que vinha pegando o metrô, no terceiro carro, e nada de encontrar com Luciano. Será que não pega mais metrô? Filho de médico deve ter seu carrão, vai trabalhar de carro, isso é, se trabalha também. Será que é médico como o pai? Poderia também estar de férias, viajou, ou sei lá o que. Quando fora a última vez que o vira? Há um mês, talvez menos até.
Seu instinto feminino lhe dizia para não desanimar.
28.11.06
pastorelli

2 comentários:

Anônimo disse...

This topic have a tendency to become boring but with your creativeness its great.

Anônimo disse...

This series of texts reminds Nelson Rodrigues with his work “Dama da Lotação” and therefore, was inspirited in “Buenel” in the work “BELLE DE JOUR”, but I followed my inspiration without thinking of Nelson, nether Buenel. Thank you for the reading and comments. Osvaldo