segunda-feira, 18 de agosto de 2008

eu por mim
© mauricio rosa

não sou mais que essa dúvida ambulante
que se desconhece e à dor se entrega
um verso sem rima querer que se verga
ante a palidez da cruz, triunfante!
cego sou, pedinte, mendigo estelar,
da poeira parido e se integrando ao pó
perco a vida enquanto arrochando o nó
da existência abrigo a amplidão do mar.
não sou mais que essa imagem sem rosto
que me observa do espelho sem ver
razão no que digo prazer no que deixo
sob o véu da noite à foz escorrer...
escravo do tempo aos moucos me queixo
se no que abomino a sós me vejo posto!

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