terça-feira, 26 de agosto de 2008

33 – A Dama do Metrô.


Desanimar não desanimaria, claro que não. Em último caso, marcaria uma consulta com o Dr. Valdo e quem sabe. Pipocaram fantasias na mente alucinada. Como sempre fazia, Malu saiu de casa preparada, mas não contava com a chuva e nem com o atraso do metrô. Um pouco antes de descer na plataforma, notara o movimento da caterva desvairada com medo de perder a hora. Por que a pressa? Será que não percebem que correr não resolve nada? Apenas aumenta a irritação, tanto sua como a dos outros. O povaréu não tem consciência da vida que levam. Pensam que vão perder o último metrô. O intervalo entre os trens é de três em três minutos, isso se nada ocorrer de anormal.
Malu observava aquela agitação sem se preocupar. Por isso, saia de casa mais cedo. Para que se enervar com a condução? Apesar de que para ela não tinha necessidade em chegar na hora certa. E também não queria ser exemplo para ninguém. Que cada um tenha na mente a responsável capacidade de fazerem o que lhe é de direito fazer e, agüentar as conseqüências. Que cada um andasse com suas próprias pernas o seu caminho. Malu nunca tivera uma orientação firme que a levasse a desviar de caminhos perigosos. Gostava de sentir o perigo da audácia na pele.
30.11.06
pastorelli

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