sexta-feira, 19 de setembro de 2008

retrato
© mauricio rosa

não sou mercenário desse ofício antigo
de talhar nas dores a amplidão do ser,
faço-o porque ao gosto do poema deixo
caminhar meu vício de ardil trovador...
saibas, pois, não minto se, às vezes, digo:
no apalpar da angústia posso antever
o fulgor da noite, da existência o eixo,
o carma que o homem carreia, essa dor
de ver nas entranhas as nobres querências
sendo penetradas pelo algoz sem ter
como protegê-las da prenhes sem rosto
nem como privá-las de viver sem cor!
escrevo, confesso, porque nas demências
que, a sós, rumino eu me vejo exposto!

Um comentário:

Anônimo disse...

so posso dizer uma coisa: excelente, parabéns. Osvaldo