segunda-feira, 10 de novembro de 2008
40 – A Dama do Metrô.
Malu sobressaltou-se com o toque do telefone. Ainda não se acostumara com ele. Só ela com seus pensamentos na pequena cabine de vidro. Atendeu:
- Alô!
- Alô!
- Pois não, querido.
- Desculpe, pensei que quem atendia fosse homem.
- Não meu bem, aqui é para os hetero.
- A sei.
- Você quer homem? Gay?
- Sim.
- Um minuto vou ver se consigo transferir.
Malu se afastou um pouco o fone do ouvido, e voltou a atender alterando o tom da voz.
- Pois não...
- Oi, tudo bem?
- Tudo bem.
- Puxa! Gamei na tua voz. Bem sensual.
- E aí vamos brincar? O que você deseja?
- Bom, não sei, que tal me dizer o teu nome.
- Nome?
- Sim, por que? Não pode?
- Pode sim. Qual nome você gosta?
- Um bem forte, sexual, másculo.
- Que tal Jaimão.
- Jaimão?
- É.
- Ta aí, gostei Jaimão.
- E você, tem nome?
- Tenho.
- E qual é?
- Jaiminho.
- Jaiminho?
- Sim, não gostou?
- Gostei, bem feminino, bem doce...
- Você faz tudo, Jaimão?
- Faço o que você quiser, Jaiminho.
Malu se esforçava para não rir.
- Jaimão, você parece que está gripado?
- Um pouco Jaiminho.
- Que pena!
- Por que pena?
- Estava afim de um boquete.
- Podemos fazer, você quer?
- Quero.
- Então espere vou abrir a braguilha...
- Quero que você faça em mim.
- Ok, vamos lá então. Fale-me como está vestido.
- Jaimão, não vai dar.
- Porque?
- Você está gripado.
- Mas não vamos nos tocarmos, será tudo pelo telefone.
- Não, sinto muito, não quero pegar AIDS.
Desligou. Malu ficou por um tempo com ar de abobada. Colocou o fone no gancho e caiu na gargalhada. As outras meninas olhavam para ela sem entender o que tinha acontecido.
Estava no tele-sexo há um mês por questão de dinheiro, não tinha intenção de continuar muito tempo nisso, não.
Topara esse serviço por que...
27.12.06
pastorelli
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