segunda-feira, 17 de novembro de 2008
poema - estações
estações
água
mole em pedra
dura
a pedra
dura
a água
acaba
e o ditado
tanto bate até
que o menino acerta
as sílabas
do primeiro amor
a água atura
até acabar
o apito do trem
apita que o trem vem vindo
apita que o trem vai indo
o trem vem
o trem vai
entra e sai esse trem
trem bão
os trilhos fazem pequenas curvas
suaves
os rios
têm mais curvas
ela tem mais curvas que
os rios
nela eu penso reto
a veia
as veias
aveia com leite
tirado no curral
o bigode de espuma
nos lábios que eu beijei
no pasto
a égua da Rita
ri
relincha
meu cérebro de potro
o homem da cidade
chega
com umas máquinas esquisitas
lépitópi
gepêésse
o rio vai ficar no mesmo lugar
rio não anda
o homem diz que o rio vai acabar
eu rio
também
o homem ri
o mundo ri
menos o rio
que já riu
Rita
ri pra mim
depois
grita
vai entender os rio
vai entender os trilho
o mato cobriu os trilhos
o que sobrou dos trilhos
um dia
o trem se foi pra não voltar
o rio continua indo
nas chuvas
na seca
o fundo do rio aparece
todo rachado
é quando eu me lembro
que já senti muita saudade
vai entender as mulher
vai
AL-Chaer
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
"vai entender os rio
vai entender os trilho"
pricisa mais nada não, sô!
credo, qui trem bunito!!!!!!!!!
mauricio
vALeu, Grande Maurício !!!
os ares de Minas e/ou Goiás ajudam muito a ler este poema...e a gente "sabe disso"...
rio tem em tudo quanto é lugar...mas quem já passou por Minas e/ou Goiás tem nos trilho uma identidade...a gente conhece desse trem...
AL-Braços
AL-Chaer
pêésse: imagino que o Carlão, a Silvana e o Adair vão se identificar, também, com este poema...outros - também - se identificarão, noutros rios, noutros trilhos, noutras saudades, noutras Ritas...
Postar um comentário