quarta-feira, 25 de março de 2009

53 – A Dama do Metrô


Malu constatou ser verdadeiro o que lhe dissera. Ela se transformava numa formiguinha. Mas em compensação notou, assim que seus olhos bateram nele, o sorriso fantástico, atraente, confiante...

Durante o trajeto, no corsa preto, confirmou-se o que ela previra. Ele era um cara simples como ela era uma simples mulher. Conversaram animados como se conhecessem há muito tempo. Ficou sabendo que ele torcia pelo Corinthians, tanto é que levou a um bar decorado de preto e branco com fotos, bandeiras corintiana.

Torcedor fanático não admitia que o time perdesse e, justamente naquele dia, o Corinthians jogava e, por infelicidade, acabou perdendo, deixando-o meio sorumbático.

Pediram chopes, uma tábua de frios, conversando animados. Algo dizia que ele a queria na cama e não numa mesa de bar. Durante a conversa muito chope ingerido. Malu sacanamente, roçou sua mão na perna dele. Notou um estremecimento na voz que ela constatou fisgado.

De repente, sobressaltando-se, arrastou a cadeira para o lado dela. Enlaçou os seus ombros e, afoito, começou a beija-la. A principio, surpreendida tentou alguma reação, no entanto, sentindo a pressão dos lábios dele, quente e sensual, a língua penetrando a boca em busca do prazer, fazendo com que esbarrasse numa eufórica alucinação excitando-a como nunca.

Os beijos invadiam, preenchiam os espaços não dando folga para respirar.

23.01.07
pastorelli

terça-feira, 17 de março de 2009

52 – A Dama do Metrô.


Faltava um encontro e, este surgiu numa casualidade entre um assunto e outro, quando se revelou entre eles, a possibilidade de realizarem o que muito vinham desejando. Apesar de Malu morar numa região distante, quase que praticamente do outro lado da cidade, foi com vergonhosa ansiedade, marcaram o dia e hora. Logicamente Malu nunca prevenira o que poderia acontecer, se fosse prevenida ou, se fosse possível prever o acontecido antes dele acontecer, claro que ela teria recusado, mas, enfim, como dizia sua mãe: saiu na chuva tem que se molhar. E ela saia para se molhar, não tinha medo.
O encontro estava marcado para ser numas das estações do metrô, tanto ela como ele, combinaram ir de azul. Malu de saia, blusa e até bolsa e sapato azul, ele de camisa esporte e calça jeans, não tinham como errar. Porém por uma fração do tempo ingrato, Malu ficou plantada na estação por quase meia hora, e o mais engraçado, o que na hora nem prestou atenção, todos que passaram por ela estavam de azul, tanto homem como mulher. Será que combinaram, será que é algum protesto e não estou sabendo? – perguntou intrigada com a coincidência. Não tinham o que errar, disse para si mesma, além do azul que vestimos, ele é desproporcionalmente alto. Perto dele Malu era a formiguinha enquanto ele era o Jotalhão. Porém, mesmo com essa diferença física, bateu entre eles uma química irresistível.
22.01.07
pastorelli

domingo, 8 de março de 2009

51 – A Dama do Metrô.


Piadas e Risos! Que sacanagem era essa, pensou colocando o papel na bolsa. Desceu do metrô na estação do seu destino e não pensou mais no assunto. No entanto ao chegar em casa, precisamente ao ligar o micro, lembrou do rapaz. Acessou o Yahoo, procurou o grupo de piadas e risos e, se cadastrou. Logo em seguida começou a receber uma enxurrada de mensagens. Algumas eram piadinhas às vezes infames, outras satíricas, charges das mais variadas de estilos, a maioria políticas logicamente, e poucas de fatos engraçados; a lista se prestava somente para isso mesmo. E de piada em piada, descobriu o rapaz do metrô. Ali na lista ele era chamado de Ari Toledo, pois era o que mais conhecia piada, qualquer tema que fosse jogado na lista, sabia pelo menos de uma.
Depois de quase uma semana, Malu se identificou.
- Ola, Ari, tudo bem?
A partir dessa primeira apresentação, começaram a se escreverem mutuamente, eram os que mais escreviam, depois o assunto começou a ficar picante, mais individual, passaram a se comunicar em privado. Foi dessa maneira esdrúxula que Malu passou a conhecer Andi. E seguiram se conversando, trocando e-mails ora falando de diversos assuntos, ora de coisas banais, e ora da vida deles.

Chegaram a conclusão que havia muitas afinidades entre eles, afinidades que deveriam levar em conta, caso se aprofundassem a ponto de criarem uma seqüência de atos que levariam os dois ao namoro aventureiro. Malu, ciente disso, se empolgando com o rapaz, pisava com cuidado no terreno ainda praticamente desconhecido. Andi, como se declarou, viúvo, tinha uma filha de 12 anos vivendo com a avó, procurava mais uma aventura do que propriamente um amor, ainda guardava da esposa dolorosas recordações, e, acabou se declarando:
- Preciso de um apoio, me desequilibrei totalmente com a morte da esposa, disse num repente como se tirasse um peso dos ombros.
Malu se sensibilizou com a história dele e, com pena ou carência, pela luta que enfrentava, mais a responsabilidade em criar a filha, provocou nela um sentimento maternal obsessivo em cuidar dele. Por mais de dois meses e meio, criaram uma amizade virtual, que logo se estendeu ao telefone, aos torpedos, só faltava marcarem um encontro.

19.01.07
pastorelli