domingo, 8 de março de 2009

51 – A Dama do Metrô.


Piadas e Risos! Que sacanagem era essa, pensou colocando o papel na bolsa. Desceu do metrô na estação do seu destino e não pensou mais no assunto. No entanto ao chegar em casa, precisamente ao ligar o micro, lembrou do rapaz. Acessou o Yahoo, procurou o grupo de piadas e risos e, se cadastrou. Logo em seguida começou a receber uma enxurrada de mensagens. Algumas eram piadinhas às vezes infames, outras satíricas, charges das mais variadas de estilos, a maioria políticas logicamente, e poucas de fatos engraçados; a lista se prestava somente para isso mesmo. E de piada em piada, descobriu o rapaz do metrô. Ali na lista ele era chamado de Ari Toledo, pois era o que mais conhecia piada, qualquer tema que fosse jogado na lista, sabia pelo menos de uma.
Depois de quase uma semana, Malu se identificou.
- Ola, Ari, tudo bem?
A partir dessa primeira apresentação, começaram a se escreverem mutuamente, eram os que mais escreviam, depois o assunto começou a ficar picante, mais individual, passaram a se comunicar em privado. Foi dessa maneira esdrúxula que Malu passou a conhecer Andi. E seguiram se conversando, trocando e-mails ora falando de diversos assuntos, ora de coisas banais, e ora da vida deles.

Chegaram a conclusão que havia muitas afinidades entre eles, afinidades que deveriam levar em conta, caso se aprofundassem a ponto de criarem uma seqüência de atos que levariam os dois ao namoro aventureiro. Malu, ciente disso, se empolgando com o rapaz, pisava com cuidado no terreno ainda praticamente desconhecido. Andi, como se declarou, viúvo, tinha uma filha de 12 anos vivendo com a avó, procurava mais uma aventura do que propriamente um amor, ainda guardava da esposa dolorosas recordações, e, acabou se declarando:
- Preciso de um apoio, me desequilibrei totalmente com a morte da esposa, disse num repente como se tirasse um peso dos ombros.
Malu se sensibilizou com a história dele e, com pena ou carência, pela luta que enfrentava, mais a responsabilidade em criar a filha, provocou nela um sentimento maternal obsessivo em cuidar dele. Por mais de dois meses e meio, criaram uma amizade virtual, que logo se estendeu ao telefone, aos torpedos, só faltava marcarem um encontro.

19.01.07
pastorelli

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