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Quando o sinal ficou verde, ele atravessou a avenida rapidamente.Entrou no Itaú e foi direto para os caixas eletrônicos.Introduziu o cartão e pressionou as teclas como indicava as instruçõesque apareciam no visor.Teclou o valor do saque e ficou esperando.Logo em seguida leu os dizeres:
- Valor máximo para saque: 500,00.
Ele precisava de novecentos.Teclou fim e se dirigiu para a fila dos caixas normais.Estava um pouco grande, mas tinha de qualquer jeito, mesmo quedemorasse duas horas ou mais, retirar o dinheiro para pagar amensalidade da faculdade, portanto era esperar pacientemente.A sorte é que havia várias caixas abertas, assim logo chegou a suavez.Passou o cartão por baixo do vidro e disse:
- 900,00.
- Digite a senha.
Digitou a senha, o caixa pegou o dinheiro contou e passou para ele.Conferiu, estava certo enfiou no bolso da frente do jeans e saiuapressado.Ainda bem que o Bradesco era logo ali, uns dois passos, mesmo assim ficou atento, pois aquele dinheiro era as últimas economias.Entrou no Bradesco e foi diretamente no balcão de informação.
- Por favor, onde eu pago isso?
- Lá no fundo à direita, informou a gentil moça.
Foi para lá, por sorte a fila estava pequena, era o quarto.Chegando sua vez passou a conta para o caixa, contou o dinheiro, 850, 00, pois o valor era de 830, 00, e entregou ao rapaz.Este contou o dinheiro e devolveu 100,00 reais.Despreocupado guardou o troco, pegou a conta e saiu todo satisfeito.Chegando ao serviço, esparramou dinheiro, papel, comprovante, cartãosobre a mesa.Contou e recontou o troco, mas é impossível, estava sobrando cem reais!Alguém errou na contagem, talvez o caixa do Itaú ou do Bradesco, mas ele conferiu, estava tudo certo!E agora? O que deveria fazer? Ficar com o dinheiro?Claro que ficar com o dinheiro, e foi o que ele fez.Ficou com o dinheiro e à noite saiu com a amante gastando os cem reais.
pastorelli
segunda-feira, 29 de março de 2010
segunda-feira, 22 de março de 2010
vejo na avenida a fragilidade
estampada em rostos frágeis
nessa poluente querida cidade
a massificar sorrisos descartáveis
passos cadenciados percorrem
as espinhas e sangüíneas veias
num pulsar delirante de agonia
escondidos nos festejos natalinos
desejos de felicidades que expressados
como água que do céu cinzento desaba
nas cabeças de burgueses ocupados
onde o raciocínio nunca acaba
cuja sorte é estar crucificado
ao dia a dia de desejos insaciados
pastorelli
estampada em rostos frágeis
nessa poluente querida cidade
a massificar sorrisos descartáveis
passos cadenciados percorrem
as espinhas e sangüíneas veias
num pulsar delirante de agonia
escondidos nos festejos natalinos
desejos de felicidades que expressados
como água que do céu cinzento desaba
nas cabeças de burgueses ocupados
onde o raciocínio nunca acaba
cuja sorte é estar crucificado
ao dia a dia de desejos insaciados
pastorelli
segunda-feira, 15 de março de 2010
todos os dias
.
me acontece coisas extraordinárias
que, por causa da pouca sensibilidade
não percebo e isso é bom é normal
e tem que ser assim e assim será
pastorelli
me acontece coisas extraordinárias
que, por causa da pouca sensibilidade
não percebo e isso é bom é normal
e tem que ser assim e assim será
pastorelli
segunda-feira, 8 de março de 2010
tecedura
.
nas manhãs de inverno
há sempre uma calmaria
que quando chego pertodo
meu destino no dia a dia
parece-me tudo sempre igual
mas tenho certeza do engano
mesmo que o dia seja fenomenal
a fímbria do aveludado pano
desvenda tênues mudanças
que fortalece a vã esperança
em contínua enfadonha procura
do glorioso pássaro azulque
como harmoniosa luz
reflete nossa amarga tecedura
pastorelli
nas manhãs de inverno
há sempre uma calmaria
que quando chego pertodo
meu destino no dia a dia
parece-me tudo sempre igual
mas tenho certeza do engano
mesmo que o dia seja fenomenal
a fímbria do aveludado pano
desvenda tênues mudanças
que fortalece a vã esperança
em contínua enfadonha procura
do glorioso pássaro azulque
como harmoniosa luz
reflete nossa amarga tecedura
pastorelli
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