Queria por um momento só que fosse, um pequeno, um instante de momento que suas mãos tocassem nas pegadas deixadas no caminho das frustrações.
Queria minhas palavras escritas nos cartazes e outdoors sangrando angústia por sentimento não correspondido.
Queria fechar os olhos e me embebedar na escuridão da tua ausência ao cravar na pele bolhas de champanhe espocando a solidão que sempre me acompanha.
Queria expulsar a fria luz que ilumina minhas dores em noites escuras aterrorizando meus sonhos e desejos mal alimentados.
Queria saber onde estão tuas mãos nesse momento que não me tocam mais.
Queria teu grito sussurrando em meus ouvidos o gozo das frases obscenas e prazerosas.
Queria teu silêncio de palavras banhadas de ar e luz...
Queria tudo, nada tenho, só não queria esquecer você.
pastorelli
19.02.2008
- Poema inspirado em “Vagos pensamentos vários”, de Anderson Santos. -
Vagos pensamentos vários
Queria poder deixar pegadas, rastros
para ser seguido ou caçado
mas meus pés não alcançam o chão
Minhas palavras deveriam ter bula
onde constasse detalhadamente
indicações, contra-indicações e riscos de superdosagem
Quando fecho os olhos
toda escuridão é densa e palpável
e as vozes do silêncio me percorrem a pele
como luvas de ar
E a luz fria que atravessa as frestas
da janela mal cerrada que me espia
me invade a boca e alimenta medos
Onde estão agora as mãos
que me tocavam o sexo?
Onde estão o gozo e o grito?
Onde estão os rastros e as palavras
o silêncio, o ar, a luz?
Onde fui parar?
Anderson Santos
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Olá Osvaldo! e todos!
Obrigado pelo carinho e pela dedicatória...
Abração
Anderson
Postar um comentário