quarta-feira, 5 de março de 2008

Para Andréa Augusto (Angel Blue)

Desarrumei o cenário do desejo alimentando o corpo a ilusão.
Deixei escorrer o amor entre os dedos na concreta vida.
Emoldurarei os passos indecisos numa procura desiludida.
Esfolei nas paredes da carne o sexo dolorido sem paixão.



E afundei dia-a-dia no copo o vicio tolamente obsessivo.
Não te encontrar cavou a tristeza no brilho cinza das manhãs.
Morri aos poucos nos cantos e vãos da alma em tentativas vãs
No chão as ilusões marcaram meu desígnio de tolo emotivo



Desgastado feito um tapete surrado no meio da grande sala
Cultivo o sentimento alinhavado como desgastante lenitivo
Postei-me à janela colhendo da sombria noite a noturna fala



Saudade vem me buscar no parapeito do tempo corrosivo
Leva-me ao finito contorno onde possa me esquecer dela
E descansar no profundo abismo que me puxa compulsivo



pastorelli
28.02.2008



- poema inspirado em “c e n á r i o”, de andréa augusto (angel blue)



desarrumei a casa
e deixei escorrer
nossas sombras
pelas paredes cansadas
todo dia, pontual
a tristeza passa
entre cantos e vãos
pelo chão, ilusões exaustas
tapetes desgastados
plenos de sentimentos remendados
pela janela, o cenário é abismo
saudades sem dono
no parapeito do tempo

Um comentário:

andrea augusto - angelblue83 disse...

Mais uma vez obrigada, Osvaldo!!
Ficou lindo o seu poema ;)

bjim
andrea