Desarrumei o cenário do desejo alimentando o corpo a ilusão.
Deixei escorrer o amor entre os dedos na concreta vida.
Emoldurarei os passos indecisos numa procura desiludida.
Esfolei nas paredes da carne o sexo dolorido sem paixão.
E afundei dia-a-dia no copo o vicio tolamente obsessivo.
Não te encontrar cavou a tristeza no brilho cinza das manhãs.
Morri aos poucos nos cantos e vãos da alma em tentativas vãs
No chão as ilusões marcaram meu desígnio de tolo emotivo
Desgastado feito um tapete surrado no meio da grande sala
Cultivo o sentimento alinhavado como desgastante lenitivo
Postei-me à janela colhendo da sombria noite a noturna fala
Saudade vem me buscar no parapeito do tempo corrosivo
Leva-me ao finito contorno onde possa me esquecer dela
E descansar no profundo abismo que me puxa compulsivo
pastorelli
28.02.2008
- poema inspirado em “c e n á r i o”, de andréa augusto (angel blue)
desarrumei a casa
e deixei escorrer
nossas sombras
pelas paredes cansadas
todo dia, pontual
a tristeza passa
entre cantos e vãos
pelo chão, ilusões exaustas
tapetes desgastados
plenos de sentimentos remendados
pela janela, o cenário é abismo
saudades sem dono
no parapeito do tempo
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Um comentário:
Mais uma vez obrigada, Osvaldo!!
Ficou lindo o seu poema ;)
bjim
andrea
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