terça-feira, 8 de abril de 2008

15 – A Dama do Metrô.

Acordou com o braço dormente. Já não sentia o braço por baixo da cabeça do moreno que, dormia com a boca no bico do seu seio. Tentou retirar o braço para não acordá-lo. Começou a puxar, mas o amante se virou para o outro lado e, levou consigo as cobertas, ficando com as costas a mostra. Malu sentiu vontade de acarinhar os músculos morenos até as nádegas. Lascar naquela carne uma mordida gostosa, como tinha visto numa foto.
Nisso, o negro... Não, não deveria chamar de negro, isso é preconceituoso, não é politicamente correto. E como deveria chamar essa massa nua e escura ao seu lado? Gostaria de saber. Como se tivesse lendo sua mente, Malu assustada deparou com o olhar do amante fixado nela através do espelho pendurado na parede. O moreno percebeu o embaraço dela:
- O que foi? – perguntou.
- Não nada.
- Como nada, se você se assustou ao ver que eu estava te admirando, falou virando-se de frente para ela.
- Bem, é que estava pensando como deveria chamá-lo.
- Como assim?
- É que não sei se devo chamá-lo, não se ofenda, por favor, de preto, negro, moreno, enfim, o que é politicamente correto.
- Oh! branca... Pode me chamar do que quiser, não tenho essa frescura que muitos negros tem, não.
- Ainda bem.
- Tanto é que você me chamou de nego... Até disse, vem nego saciar sua branca carente.
- Eu disse isso?
- Disse.
- E quando?
- Quando chegamos os dois ao orgasmo. Até cravou suas unhas em minhas costas, o que achei delicioso.
Envergonhada, sem jeito, deu lhe um beijo ao qual foi retribuída.
Fazia de tudo para não parecer uma prostituta, talvez até fosse, mas não queria que seus amantes pensassem isso dela.
- Escuta, não sou o que você está pensando...
- O branca! Não estou pensando nada, ta. Vou tomar um banho que tenho de trabalhar. Aliás, venha, venha tomar banho comigo, o que acha?
Malu achou a idéia boa. Jogou as cobertas de lado e abraçados entraram no banheiro.
23.10.06
pastorelli

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