quarta-feira, 28 de maio de 2008

Choveu Saudades

Hoje, resoluta, sentei no meio do quarto
abri minhas gavetas e tirei nossos retratos,
fui picando em pedaços, depois de tirar os laços
de todas as suas cartas e também dos recados.

Um a um os fragmentos fui jogando
na pequena fogueira que fiz.
Joguei os beijos e os abraços
joguei até um par de sapatos
joguei os lenços
(alguns de lágrimas encharcados)

E por um triz, quase que jogo a mim.

Então estinguiu-se a chama
sem que eu pudesse prever.
É que choveu dos meus olhos a saudade,
quando eu quis queimar você.

Asta Vonzodas

7 comentários:

Anônimo disse...

"quando eu quis queimar você"

ardo literalmente!
bom ler-te novamente, Asta.

um beijo
mauricio

poetas_lusófonos disse...

Asta, que prazer vê-la aqui, tudo bem? um beijão, Mestra amiga. Osvaldo

Ler o Mundo História disse...

Asta, belíssimo como o 'ovo' de costura' que parece perdemos para sempre, mas ainda faz parte de nossas memórias.
beijos
Frô

poetas_lusófonos disse...

Pois é... o ovo!
Sumiu, escafedeu-se. Como diz a minha neta: fugiu! E fugiram da mente as palavras que o compunham... Isso é triste.

vieira calado disse...

Não conhecia o site.
Voltarei.
Um abraço

Ler o Mundo História disse...

Caro Vieira, seja bem-vindo, esta é uma casa coletiva cuja regra fundamental é a paixão pela literatura de lingua portuguesa
abraços
Frô

Anônimo disse...

ASTA

Toda vez que falo em literatura, cito minha mestra.
Este é mais um para citar...
guadarei