domingo, 18 de maio de 2008

Vê se te lembras

Era ainda cedo
vivíamos em tendas
só tínhamos
o que sabíamos transportar:
duas pedras de calcite
numa bacia de água com sal,
o cacto aéreo, desenraizado
como nós,
um jovem gato,
as lembranças guardadas
na bolsa de patchwork
que havíamos costurado.
E o coração nómada
nómada nómada.
Intimorato.

Soledade Santos

7 comentários:

Mauricio Rosa disse...

engraçado, fêz-me lembrar o povo nordestino brasileiro, com suas agruras e sempre, valente!
um belo poema, sol, uma cantiga, diria...

beijo
mauricio

Anônimo disse...

Quando jovens, somos valentes, a vida toda por andar. Temos normalmente poucas coisas, pois ainda não acumulámos, e o pouco que temos é o essencial e não nos possui. Essa lição que depois desaprendemos. Fico contente por lhe lembrar a gente do nordeste, Maurício :-)
Um beijo

Anônimo disse...

Show, Sol.
Belíssimo.
Beijo-a
Fred

Ler o Mundo História disse...

Lindo mesmo Soledade tão distante desta nossa sociedade vaidosa e tão consumista e destrutiva.
beijos, feliz também de te ver por aqui, aos poucos todos estão se aprochegando e isso pe muito bom
beijos
Frô

AL-Chaer disse...

Muito bem, Soledade !!!

AL-Braços
AL-Chaer

Anônimo disse...

Fred, Frô, Al! Parecem os velhos tempos! :) Tenho andado numa corrida, mas quero vir aqui mais vezes. É aqui que está a minha "tribo", os meus priomeiros amigos da rede e tantos poetas que admiro ebcom quem trilhei caminhos seminais que lembro com tanta saudade!

Beijos a todos vós

Ler o Mundo História disse...

Sol, eu assino embaixo este percurso que descreveste, aqui estão meus primeiros amigos de rede e gente que me fez recuperar o prazer da escrita e com quem já dividi tantas alegrias e tristezas. A própria existência desta casa virtual coletiva só é possível pela nossa história compartilhada.
beijos