Era ainda cedo
vivíamos em tendas
só tínhamos
o que sabíamos transportar:
duas pedras de calcite
numa bacia de água com sal,
o cacto aéreo, desenraizado
como nós,
um jovem gato,
as lembranças guardadas
na bolsa de patchwork
que havíamos costurado.
E o coração nómada
nómada nómada.
Intimorato.
Soledade Santos
7 comentários:
engraçado, fêz-me lembrar o povo nordestino brasileiro, com suas agruras e sempre, valente!
um belo poema, sol, uma cantiga, diria...
beijo
mauricio
Quando jovens, somos valentes, a vida toda por andar. Temos normalmente poucas coisas, pois ainda não acumulámos, e o pouco que temos é o essencial e não nos possui. Essa lição que depois desaprendemos. Fico contente por lhe lembrar a gente do nordeste, Maurício :-)
Um beijo
Show, Sol.
Belíssimo.
Beijo-a
Fred
Lindo mesmo Soledade tão distante desta nossa sociedade vaidosa e tão consumista e destrutiva.
beijos, feliz também de te ver por aqui, aos poucos todos estão se aprochegando e isso pe muito bom
beijos
Frô
Muito bem, Soledade !!!
AL-Braços
AL-Chaer
Fred, Frô, Al! Parecem os velhos tempos! :) Tenho andado numa corrida, mas quero vir aqui mais vezes. É aqui que está a minha "tribo", os meus priomeiros amigos da rede e tantos poetas que admiro ebcom quem trilhei caminhos seminais que lembro com tanta saudade!
Beijos a todos vós
Sol, eu assino embaixo este percurso que descreveste, aqui estão meus primeiros amigos de rede e gente que me fez recuperar o prazer da escrita e com quem já dividi tantas alegrias e tristezas. A própria existência desta casa virtual coletiva só é possível pela nossa história compartilhada.
beijos
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