1.
o teu silêncio
Tens no teu silêncio
o segredo da comunicação
é por isso que os gestos
dizem da textura das palavras incomunicáveis
a árvore é uma frase feita
no teu corpo de seiva fresca
e os dedos, as mãos, os braços
limpam o espaço na mais leve brisa.
2.
a face de deus
Tenho a face de deus na minha face
e o meu sorriso continua a ter
a abertura apolínea dos crisântemos
na fragilidade do sol a sombra
de deus desaparece.
3.
a voz das pedras
Eu percebo a voz das pedras
e sei do silêncio das plantas
de como elas se dobram
ao sopro dos meus lábios
lúdicas como a contagem de estrelas
Na iluminação dos olhos
as pedras brincam nos dedos
como deuses presos na sua forma.
josé félix in à sombra da amendoeira
nota: t.s. eliot em 1932[The criticism of poetry and the use of criticism] disse: "A experiência da poesia, tal como outra experiência, só é parcialmente traduzível em palavras; nunca é aquilo que o poema diz, o que interessa; mas o que ele é.
quarta-feira, 23 de janeiro de 2008
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4 comentários:
ótimos Poemas.
wilson guanais
Grande José Felix! Obrigado pelo brinde poético. Abraços à todos e todas.
Lau
Como é bom abrir o 'barraco poético' e dar de cara com 'à sombra da amendoeira', a gente ganha o dia com surpresas assim
beijinhos aos poetas
Frô
um abraço para todos
jfélix
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