Nós, bloggers, temos mais ou menos alguma intimidade com tags, essas palavras-chave que servem para identificar o conteúdo de determinado post — e por conseqüência categorizar, colocando cada coisa em sua devida caixinha.
Acho interessante analisar como vamos atribuindo tags ao longo da vida, não somente para aquilo que escrevemos, mas também para tudo o que vivemos — utilizamos tags para separar "amigos" de "não-amigos", "chato" de "interessante", etc..
Dessa forma, também acabamos por indexar determinadas sensações e sentimentos, inclusive aqueles indizíveis, não exprimíveis com qualquer palavra em idioma humano.
Como, a citar alguns exemplos, se conseguiria nomear a sensação expressa pelo poema O Elefante do Drummond? A do 4º Motivo da Rosa de Cecília? As do Auto-Retrato, A Rua dos Cataventos, Poeminho do Contra de Quintana?
Há algumas semanas senti falta desse poema do Lau: como a maioria de vocês, tenho em mim uma sensação, de certa forma indefinida e intangível, indexada a ele.
Esse poema é a minha tag para algo que tem um quê de tranquilidade do cansaço da luta. Não aquele cansaço covarde, fraco, mas o sentimento de quem, finalmente, percebe que toda a luta é vã e é tolo tentar reter o curso de um rio com as próprias mãos — afinal, eles foram feitos unicamente para fluir.
De vez em quando eu preciso dele. É o meu index para a sensação de quem vive à margem dessa luta insensata observando borboletas ou buscando desenhos nas nuvens, enquanto os outros, os "simples mortais" — essa é minha tag para pessoas que não tem nenhuma sensação indexada a esse poema — morrem afogados, uns agarrados nos pescoços dos outros.
Pois se me perguntassem nesse dia o que havia comigo, certamente teria respondido:
— É que hoje estou me sentindo "aos predadores da utopia"...
Acho interessante analisar como vamos atribuindo tags ao longo da vida, não somente para aquilo que escrevemos, mas também para tudo o que vivemos — utilizamos tags para separar "amigos" de "não-amigos", "chato" de "interessante", etc..
Dessa forma, também acabamos por indexar determinadas sensações e sentimentos, inclusive aqueles indizíveis, não exprimíveis com qualquer palavra em idioma humano.
Como, a citar alguns exemplos, se conseguiria nomear a sensação expressa pelo poema O Elefante do Drummond? A do 4º Motivo da Rosa de Cecília? As do Auto-Retrato, A Rua dos Cataventos, Poeminho do Contra de Quintana?
Há algumas semanas senti falta desse poema do Lau: como a maioria de vocês, tenho em mim uma sensação, de certa forma indefinida e intangível, indexada a ele.
Esse poema é a minha tag para algo que tem um quê de tranquilidade do cansaço da luta. Não aquele cansaço covarde, fraco, mas o sentimento de quem, finalmente, percebe que toda a luta é vã e é tolo tentar reter o curso de um rio com as próprias mãos — afinal, eles foram feitos unicamente para fluir.
De vez em quando eu preciso dele. É o meu index para a sensação de quem vive à margem dessa luta insensata observando borboletas ou buscando desenhos nas nuvens, enquanto os outros, os "simples mortais" — essa é minha tag para pessoas que não tem nenhuma sensação indexada a esse poema — morrem afogados, uns agarrados nos pescoços dos outros.
Pois se me perguntassem nesse dia o que havia comigo, certamente teria respondido:
— É que hoje estou me sentindo "aos predadores da utopia"...
Olegario Schmitt
4 comentários:
Olê, amado
Primeiro quero te dizer que vc no meu index é quase indefinível, talvez quando penso em generosidade e companheirismo, delicadeza, hombridade, junção, somar forças, beleza eu lembro de ti, são muitas tags, muitas mesmo...
Esse blog lindão é um exemplo do que falo, ninguém te pediu e vc oferece o presente, assim, lindo, assim, generoso, assim, somando.
Isso para mim é a prova do quanto foi bacana seguir o impulso de escrever às pessoas que aqui estão listadas e que tem significado na minha última década vivida.
Mas vamos lá depois de babar meu amor assim explicitamente pelo querido que você é, queria dizer que no domingo que deu o siricutico da saudade, "os tigres" como me refiro 'aos predadores da utopia', estava na lista dos meus poemas prediletos, agora com esse seu super-post-homenagem ao super Lau, vou te dizer, viu ele ressignificou ainda mais pungente
beijo em ambos, bem babado
e beijo a todos aqueles que estão aqui que tenho o provilégio de conviver
Frô
Frô, fico meio constrangido e não sei direito como responder.
Esse sempre é o lado que mostro primeiro, até que provem o contrário. Portanto, não poderia agir de maneira diferente com você, senão oferecendo o melhor de mim.
Quanto àqueles que já tiveram contato com meu outro lado, aquele arrogante, petulante, sarcástico, agressivo, bem, suas consciências certamente têm a resposta para isso.
Achei sua idéia muito bonita, fazia tempo que queria "rever" o pessoal.
Agora é só esperar que o pessoal aproveite bastante o espaço, que tudo é pensado com muito carinho.
Não entendo por que o Blogger insiste em me chamar de "Poetas Lusófonos", se fiz o login com a MINHA conta do Gmail... mistérios informáticos.
Olê, isso reforça a minha convicção de que a leitura é uma forma de criação. Com seu texto, vc deu conteúdo, deu significado, deu vida até mesmo aos tigres mortos. Um grande abraço e muito obrigado.
Lau
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